Luís Fernando Veríssimo faleceu na madrugada deste sábado, 30 de agosto, às 0h40, em Porto Alegre. O escritor estava internado desde o dia 11, no Hospital Moinhos de Vento, com pneumonia. Aos 88 anos, ele deixa uma vasta produção literária que inclui romances, crônicas, contos, roteiros de teatro, colunas de jornal e tiras de humor.
Filho do também escritor Érico Veríssimo, Luis Fernando nasceu em Porto Alegre em 1936. Começou a carreira como publicitário, passou pelo jornalismo e estreou na literatura nos anos 1970. Ao longo das décadas, publicou mais de 60 livros e cativou leitores com personagens memoráveis, como o Analista de Bagé e Ed Mort, além de compilar crônicas que se tornaram leitura obrigatória em escolas e vestibulares.
Veríssimo colaborou com diversos jornais ao longo da vida, escrevendo crônicas que iam do cotidiano das cidades a aspectos da cultura e política brasileiras. Assim, consolidou-se como um dos autores mais lidos e admirados do país, conhecido pelo humor preciso, pela crítica social sutil e pela capacidade de traduzir em texto as contradições da vida cotidiana.
Abaixo, selecionamos cinco obras essenciais para quem deseja conhecer (ou revisitar) o melhor de sua produção.
1. Comédias para se ler na escola (1982)
Uma das portas de entrada para a obra de Verissimo. O livro reúne crônicas curtas, muitas delas ambientadas no universo escolar, que revelam o olhar satírico do autor sobre a infância, os professores e o cotidiano. É leitura leve, mas inteligente — e segue atual mesmo décadas depois. Veja aqui.
2. O Analista de Bagé (1981)
Um de seus personagens mais famosos. O psiquiatra gaúcho que mistura jargão freudiano com grosserias campeiras protagoniza situações absurdas e divertidas. O humor regional, a caricatura e o nonsense fazem desse livro um clássico do repertório cômico brasileiro. Veja aqui.
3. Ed Mort e Outras Histórias (1990)
Paródia do gênero noir, Ed Mort é um detetive desastrado e falastrão que se mete em confusões urbanas. Com ironia fina e senso de ritmo narrativo, Verissimo satiriza clichês de filmes policiais e explora a neurose da classe média brasileira. Veja aqui.
4. As mentiras que os homens contam (2000)
Nesta coletânea de contos, o foco recai sobre a masculinidade — com suas inseguranças, falhas e autoengano. Verissimo escreve com sarcasmo e empatia, revelando os jogos de linguagem e afeto nos relacionamentos amorosos e familiares. Veja aqui.
5. A décima segunda noite (1998)
Entre seus romances mais sofisticados, mistura referências à comédia shakespeariana com uma trama ambientada em um teatro. A linguagem é precisa, e o humor surge de mal-entendidos e diálogos rápidos. Um exemplo da versatilidade do autor fora das crônicas. Veja aqui.