Neste domingo (19), ladrões não identificados usando balaclavas invadiram o Museu do Louvre, um dos maiores e mais importantes do mundo, e levaram um total de nove objetos, um dos itens foi recuperado depois. Na hora, milhares de pessoas visitavam as galerias. O local foi evacuado e interditado para investigações. A ação espetacular – e violenta – foi noticiada em todo o mundo, devido aos contornos “cinematográficos”. Mas essa não foi a primeira vez que um roubo ocorreu no Museu do Louvre.
No dia 21 de agosto de 1911, o italiano Vincenzo Peruggia, então funcionário eventual do Museu do Louvre, entrou no edifício usando o avental branco dos trabalhadores, aproveitando‑se de uma manhã de feriado de limpeza para agir. Segundo relatos da época, ele deslocou o quadro da parede, protegeu‑o sob o avental e deixou o museu num ritmo aparentemente normal – o desaparecimento só foi percebido mais de 24 horas depois.
Peruggia alegou em sua defesa que o fez por patriotismo, para devolver à Itália o que considerava uma obra “roubada” por Napoleão. O retrato da Mona Lisa ficou escondido no seu apartamento em Paris até que, em 1913, ele tentou vendê‑lo em Florença — o que levou à sua detenção.
O episódio causou uma explosão de atenção pública internacional e transformou a obra até então relativamente conhecida em um dos maiores ícones da arte mundial. O caso forçou o Louvre a rever seus procedimentos de segurança e passou a figurar entre os capítulos centrais da cultura popular e da história da arte. Talvez seja a hora de rever a segurança.