22 de maio de 2025
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“The Last of Us 2×04”: não ultrapasse a linha amarela

Nesta segunda temporada de The Last of Us, o quarto episódio, intitulado "Dia 1", foi disparado o mais game de todos.
5 de maio de 2025
Ellie e Dina no quarto episódio da segunda temporada de The Last of Us.
Quarto episódio da segunda temporada de The Last of Us se chama "Day One". Foto: reprodução.

Nesta segunda temporada de The Last of Us, o quarto episódio, intitulado “Dia 1”, foi disparado o mais game de todos. A cena do metrô, em que Dina e Ellie ficam encurraladas por infectados, é uma imersão em realidade gamificada, com pequenas passagens subterrâneas, pulos em cima de trens, chuva torrencial, vidros quebrados por zumbis, corridas e combates. As duas passaram, definitivamente, a “linha amarela” e vão ter que lidar com grandes ameaças em busca de vingança contra Abby.

A narrativa de “Day One” começa em 2018, quando o sargento Isaac Dixon, interpretado pelo ótimo Jeffrey Wright, trai seus colegas da FEDRA ao se aliar à Frente de Libertação de Washington (WLF), marcando o início de sua liderança brutal contra os Serafitas, uma seita religiosa rival.

No presente, enquanto isso, Ellie e Dina chegam a Seattle em busca da assassina de Joel e se veem presas no meio da guerra entre a WLF e os Serafitas. Elas esperavam uma vingança tranquila, mas o que encontram é uma verdadeira guerra civil. Na cena do metrô, Ellie se deixa ser mordida para impedir que Dina o fosse, e se vê obrigada em seguida a revelar sua imunidade ao Cordyceps. Dina, por sua vez, confessa estar grávida, fortalecendo o vínculo entre elas. As jovens se beijam e dormem juntas. São acordadas por tiros e descobrem a confusão em que se meteram.

O episódio equilibra momentos de tensão, como confrontos com infectados e cenas de tortura (de Dixon em um Serafita), com instantes de intimidade, como quando Ellie canta “Take On Me” para Dina em uma loja de música abandonada. A direção de Kate Herron e o roteiro de Craig Mazin seguem o padrão da série e destacam os temas de sobrevivência, moralidade e conexões humanas em um mundo devastado.

“Dia 1” foi o episódio que mais me decepcionou até agora nesta segunda temporada. Ele serviu, basicamente, para que Ellie dissesse que é imune, e para Dina revelar que está grávida. Minha melhor expectativa era a de que o episódio fosse intercalando presente e passado, de modo que pudéssemos saber mais sobre Dixon e o WLF, seu surgimento, suas mudanças, seus objetivos, fazendo, desta forma, a história progredir. Mas não foi isso o que aconteceu. Prevaleceu uma certa aura adolescente e um ritmo irregular bem à lá The Walking Dead – e isso não é um elogio.

Outra boa cena do episódio

A melhor cena do episódio, ainda que muito violenta e brutal, é a cena em que Dixon tortura um Serafita, buscando extrair dele qual será o local do próximo ataque. O Serafita, inabalável, não revela nada e diz que ele e seu grupo ganharão. Dixon, debochando, quer saber como. Ele diz que o WLF tem armas, barricadas, hospitais, enquanto seus inimigos têm apenas arco e flecha, martelo e lendas. O Serafita, então, dá uma resposta desconcertante: todo dia um WLF percebe as mentiras do seu bando e se torna um Serafita, mas o contrário nunca ocorre. Dixon sente o golpe e o mata com uma bala. Enquanto isso, dos dois soldados que faziam a escolta do lado de fora da sala de tortura, um desaprova os “métodos” de Dixon, mostrando que o Serafita torturado tem mesmo razão.

Confira outras críticas da segunda temporada da série:

Episódio 1 | Episódio 2 | Episódio 3

Júlio Pereira

Formado em Sociologia pela UFRJ, torcedor do Flamengo e morador de Niterói. Adora cinema de terror e livros de ficção científica. Tem 28 anos.

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