“O meu lugar / É caminho de Ogum e Iansã / Lá tem samba até de manhã / Uma ginga em cada andar / O meu lugar / É cercado de luta e suor /Esperança num mundo melhor / E cerveja pra comemorar”. Os versos eternizados pelo já saudoso Arlindo Cruz resumem bem o espírito do bairro que pulsa como símbolo da cultura suburbana carioca. E agora, graças a um vídeo raro do Arquivo Nacional, é possível ver com os próprios olhos como era o cotidiano em Madureira, no ano de 1980.
Em cores, mas sem áudio, o registro captura cenas preciosas da vida cotidiana: ônibus passando, casas suburbanas repletas de cores e azulejos, crianças brincando, vendedores nas calçadas e a movimentação típica de um bairro que respira história, samba e resistência.
O material faz parte do Fundo Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa e foi exibido originalmente no programa Caleidoscópio, da antiga TV Educativa. O vídeo funciona como uma cápsula do tempo, mostrando um Madureira ainda reconhecível em seus traços urbanos e sociais, mesmo após décadas de transformações.
Ícone da cultura popular do Rio, Madureira continua sendo mais do que um bairro — é uma identidade. O vídeo, agora digitalizado, reforça a importância da preservação da memória audiovisual como ferramenta essencial para entender o Brasil urbano e suas raízes populares.
